Alimentação Saudável
A melhor orientação nutricional do mundo é do Brasil
Alimentação saudável é o tema de um artigo que afirma que a melhor orientação nutricional do mundo é a do Brasil.O artigo, que faz um comparativo entre os guias de alimentação dos Estados Unidos e do Brasil, foi publicado hoje, 21/02, no site www.vox.com.
O impacto do Guia Americano Nutrição
O guia americano em questão é feito por especialistas, que a cada cinco anos analisa a mais recente literatura científica sobre alimentação saudável e nutrição e faz recomendações sobre como a população deve se alimentar. A importância do documento reside no fato de que ele serve de orientação nutricional para todo o país: Médicos e nutricionistas usam as diretrizes do guia como base para orientar seus pacientes; escolas passam a programar as refeições dos seus alunos sempre tendo como referência este documento; e a indústria o utiliza para realizar o cálculo das informações nutricionais nas embalagens dos alimentos.
Por ser um documento divulgado por especialistas e que tem alto impacto na forma como os americanos se alimentam, ele deveria ser mais claro, direto e simples, diz o artigo. Mas, não é isso que se viu. O guia americano da nutrição é duramente criticado no artigo, pela forma densa com a qual foi escrito.
A simplicidade brasileira que fascina
No Brasil, a orientação do Governo Federal é de que as pessoas não se prendam ou se preocupem somente com nutrientes, calorias ou formas de perder peso. A informação é bem mais simples e fácil de ser seguida e pode ser resumida a uma frase: Cozinhe em casa, prefira alimentos integrais; desconfie das propagandas de alimentos industrializados e não se deixe seduzir pelo marketing dos alimentos processados.
A abordagem do governo brasileiro com relação a dieta é tão simples e direta que atraiu elogios de críticos como Marion Nestle e Yoni Freedhoff.
Marion Nestle escreveu:
“As orientações são notáveis pois são baseados em alimentos que os brasileiros de todas as classes sociais comem todos os dias, e consideram as implicações sociais, culturais, econômicos e ambientais das escolhas alimentares”
Já Yoni Freedhof, médico e especialista em nutrição e obesidade nos EUA, disse, referindo-seàs orientações alimentares do Brasil, que este é um conselho de tão bom senso que ninguém consegue contrariar. Afirma que ao seguir esse conselho, ninguém terá que se preocupar com a ingestão de colesterol ou qualquer outra coisa ruim que a comida possa ter.
A situação alimentar na América é completamente absurda
O artigo chama a situação alimentar na América de “completamente absurda”, quando comparada com a do Brasil. Reconhece que os contextos são bem diferentes e atribui à situação econômica emergente do Brasil a maneira inteligente com que lidamos com alimentação e nutrição. Isso porque os cuidados com a saúde aqui só começaram a ser implantados no final dos anos 80 e, portanto, foi possível construir um sistema que aprendeu com os erros das outras nações industrializadas, que hoje se encontram em situação difícil.
Guia de Alimentação Brasileiro x Guia de Alimentação americano
O Guia de Alimentação do Ministério da Saúde brasileiro, é um documento de 143 páginas com orientações simples, que podem ser claramente entendidas por qualquer pessoa.
O guia americano é um calhamaço de 600 páginas com uma abordagem que reduz a comida às suas partes nutritivas e enfatiza a sua relação com a obesidade. O alimento é removido do contexto da família e da sociedade e levado para o laboratório ou clínica.
O Brasil, por outro lado, faz exatamente o contrário: ao invés de atolar os alimentos em pirâmides, eles se concentram em refeições e incentivam os cidadãos a simplesmente cozinhar alimentos integrais em casa e serem críticos com as práticas sedutoras do marketing dos alimentos processados. Segundo o guia brasileiro, os alimentos processados foram feitos para estarem prontos para o consumo sem qualquer preparação, tornando a partilha da refeição à mesa algo completamente desnecessário. Os alimentos ultra processados podem ser consumidos a qualquer hora, em qualquer lugar, até mesmo trabalhando, caminhando na rua, dirigindo ou falando ao telefone. E por isso tendem a ser consumidos em excesso e a substituir a alimentação saudável e natural. Além disso, o alimento processado rouba das pessoas a experiência social que é comer. Comer juntos – diz o guia brasileiro – faz parte da evolução e adaptação da humanidade e do desenvolvimento da cultura e da civilização. É uma maneira simples de criar e desenvolver relações entre as pessoas.
O contrassenso do guia americano é que aconselha que se opte por uma alimentação saudável (frutas, vegetais e cereais integrais) e não se atenha a nutrientes ou grupo de nutrientes. Mas, é exatamente o que o guia faz durante a maior parte das suas 600 páginas. Tanto que a informação mais importante, a da alimentação saudável, perdeu-se. Ou na melhor das hipóteses, ficou muito confusa.
A “regra de ouro” do Brasil
O que os especialistas em nutrição mais gostaram das orientações dos brasileiros diz respeito à “regra de ouro”:
- Prefira sempre alimentos saudáveis, naturais ou minimamente processados e pratos feitos na hora.
- Evite os alimentos ultra processados. Em outras palavras substitua o refrigerante por água, leite, bebidas lácteas e frutas;
- Prefira pratos que sejam preparados na hora (caldo de carne, sopas, saladas, molhos, arroz e feijão, massas, legumes no vapor, tortas, etc.);
- Evite produtos que não precisem de preparação alguma como sopas embaladas, macarrão instantâneo, pratos congelados pré-preparados, sanduíches, frios e embutidos, molhos industrializados, mistura pronta para bolos, etc.);
- Opte por sobremesas caseiras ao invés das industrializadas.
O artigo conclui dizendo que realmente a América precisa seguir o exemplo do Brasil. Que não existe uma dieta que sirva para todos, mas que há alguns conselhos que todos concordam: comer mais alimentos saudáveis e naturais (vegetais, frutas e alimentos integrais) e menos açúcares e alimentos processados.
Comer em casa emagrece
Pesquisas demonstram que uma pessoa consome de 20 a 40% a mais de calorias quando come em restaurantes. Por isso, o conselho do governo brasileiro para que a população cozinhe em casa é a melhor orientação que poderia ser dada aos cidadãos, que querem fugir do fantasma da obesidade.
E o artigo termina perguntando: se o Brasil tem essas verdades simples, porque não os Estados Unidos?
Fonte: Food Politics e Vox
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